Desenvolvimento de Compósito Epóxi/Fibra de Carbono para Atenuação de Radiação com Dispersão de Micropartículas de Trióxido de Bismuto (Bi2O3)

Autores

  • PEDRO MARCIO MUNHOZ Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, São Paulo, Brazil.
  • FERNANDO CODELO NASCIMENTO Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, São Paulo, Brazil.
  • ORLANDO RODRIGUES JUNIOR Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, São Paulo, Brazil.
  • MARIA DA PENHA ALBUQUEQUE PONTIES Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, São Paulo, Brazil.
  • WILSON APARECIDO PAREJO CALVO Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, São Paulo, Brazil.

DOI:

https://doi.org/10.15392/2319-0612.2024.2728

Palavras-chave:

composite, bismuth (III) oxide, X – rays, radiation attenuation

Resumo

O objetivo desta pesquisa foi o desenvolvimento de um compósito epóxi/fibra de carbono com dispersão de trióxido de bismuto (Bi2O3) na matriz polimérica para aplicação como barreira de fótons de baixa energia e determinar o coeficiente de atenuação mássica deste compósito. A metodologia quantitativa e experimental foi utilizada para esta pesquisa. As proporções de massa do óxido de bismuto no compósito foram aproximadamente 0,1; 0,2; 0,3 e 0,4. O irradiador Pantak/Seifert modelo Isovolt HS 160 foi utilizado como fonte de radiação X. As energias dos fótons foram de 48, 65, 82 e 118 keV, com dose de radiação de 471, 1912, 92,6 e 74,2x10-3 mGy.min-1 respectivamente, energias e doses de radiação típicas da radiografia diagnóstica. Portanto, para uma energia de 118 keV, a dispersão do Bi2O3 na matriz polimérica aumentou o coeficiente de atenuação mássica de 0,15 cm2.g-1 (sem dispersão) para 1,28 cm2.g-1 (39,13% em massa de Bi2O3). Este é um aumento de aproximadamente 753%. Para uma energia de 82 keV, o aumento percentual foi de aproximadamente 582%. Para uma energia de 65 keV também houve um aumento de 739% e para fótons com energia de 48 keV o aumento percentual no coeficiente de atenuação de massa foi de 1262%. Concluindo, um compósito epóxi/fibra de carbono, com dispersão de óxido de bismuto é uma excelente opção em comparação com uma placa de chumbo. O compósito estudado pode atenuar a energia dos fótons não apresenta perigo agudo ou crônico ao meio ambiente ou à saúde. Além disso, não é cancerígeno e não causa toxicidade reprodutiva, ambas vantagens claras em relação ao chumbo. Por fim, deve-se notar que as aplicações de compósitos seriam escudos radiológicos para as indústrias de raios X, aeroespacial, entre outras.

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Publicado

16-04-2025

Como Citar

Desenvolvimento de Compósito Epóxi/Fibra de Carbono para Atenuação de Radiação com Dispersão de Micropartículas de Trióxido de Bismuto (Bi2O3). Brazilian Journal of Radiation Sciences, Rio de Janeiro, Brazil, v. 12, n. 4B (Suppl.), p. e2728, 2025. DOI: 10.15392/2319-0612.2024.2728. Disponível em: https://bjrs.org.br/revista/index.php/REVISTA/article/view/2728. Acesso em: 17 jul. 2025.