Avaliação da Radioatividade Natural em uma Residência de Belo Horizonte

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DOI:

https://doi.org/10.15392/2319-0612.2024.2731

Palavras-chave:

Instrumentação, Radônio, Residências

Resumo

A radioatividade natural provém de radionuclídeos naturais presentes em rochas e solos e de raios cósmicos. Além dos radionuclídeos emissores gama, destaca-se o radônio, que é um gás cancerígeno. Na natureza, o radônio ocorre como radioisótopos: 222Rn (tempo de meia-vida, t1/2, de 3,83 d), 219Rn (t1/2 = 3,92 s) e 220Rn (ou tório, t1/2 = 54,5 s). A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que seja medida em residências, sendo o limite recomendado de 100 Bq/m3 e o limite máximo de 300 Bq/m3. Este trabalho avalia a origem da radiação natural em uma residência em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, na qual foram observadas concentrações de radônio acima dos limites estabelecidos pela OMS. Os detectores utilizados foram: detectores de traços nucleares tipo CR-39, eletretos (E-PERM), AlphaGUARD (AG) e o detector RS-230. O resultado da concentração de 222Rn medida nos eletretos nos cômodos da residência variou de 14,8 Bq/m3 a 932 Bq/m3. Neste ponto mais alto, o resultado da concentração média do AlphaGUARD foi de 4,78 kB/m3, com valor máximo de 8,5 kBq/m3. A concentração de 220Rn variou de Bq/m3 Bq/m3. Por se tratar de um cômodo do tipo subsolo, foi investigado o quarto ao lado, no qual se destaca que a concentração de radônio do detector CR-39 foi de 445 Bq/m3, AG de 198,2 Bq/m3 com valor máximo de 350 Bq/m3, e eletreto de 29,6 Bq/m3. A varredura gama com o RS-230 indica contagens mais altas em paredes não revestidas. As medições de radônio na água mostraram concentrações de fundo. Conclui-se que a ventilação deficiente do local deve ser o maior contribuinte para a alta concentração de 222Rn, que se origina principalmente do solo. A concentração de torônio foi maior em materiais de construção devido ao método de medição. A instrumentação usada permite um estudo completo e comparativo entre detectores para encontrar a origem dos radionuclídeos naturais e, posteriormente, sugerir medidas de mitigação apropriadas. Em estudos futuros, a concentração de radônio no solo e a progênie de radônio serão medidas.

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Publicado

13-01-2025

Como Citar

Avaliação da Radioatividade Natural em uma Residência de Belo Horizonte. Brazilian Journal of Radiation Sciences, Rio de Janeiro, Brazil, v. 12, n. 4A (Suppl.), p. e2731, 2025. DOI: 10.15392/2319-0612.2024.2731. Disponível em: https://bjrs.org.br/revista/index.php/REVISTA/article/view/2731. Acesso em: 16 jul. 2025.