Exploração da interação entre peptídeos antimicrobianos e radiação gama para o desenvolvimento de biossensores.
DOI:
https://doi.org/10.15392/2319-0612.2025.2833Palavras-chave:
Radiação Gama, Biossensor, Peptideo, RadiobiologiaResumo
O avanço contínuo da ciência nuclear associado à biotecnologia tem proporcionado abordagens interdisciplinares inovadoras para superar desafios relacionados à detecção de radiação ionizante. Este estudo investiga o uso de peptídeos antimicrobianos (AMPs), presentes no extrato total da bactéria Paenibacillus polymyxa RNC-D, como potencial elemento sensível no desenvolvimento de biossensores de radiação gama. O extrato total (TE) contendo os AMPs foi irradiado em um irradiador Gamacell 220 com fonte de Co-60 no Centro de Tecnologias das Radiações (CTR) do IPEN, submetido as doses de 0,5, 1,0, 4,0 e 10,0 Gy sob condições controladas. A avaliação da atividade antimicrobiana incluiu testes contra microrganismos clinicamente relevantes, como Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa, Listeria monocytogenes e Candida albicans. Os resultados revelaram que os AMPs, com destaque para o peptídeo da Paenibacillus polymyxa RNC-D, denominado PpRNC-D, presente no extrato fermentativo, mantiveram atividade antimicrobiana após exposição às doses de 0,5 Gy e 1,0 Gy, especialmente contra bactérias Gram-positivas. Contudo, observou-se uma perda considerável de atividade nas doses de 4,0 Gy e 10,0 Gy. Estes achados indicam que, embora os AMPs demonstrem alterações na atividade em função da dose, podendo ser explorados para biossensoriamento, sua estabilidade funcional é limitada em doses mais elevadas de radiação. Este trabalho ressalta o potencial específico destes AMPs como base para biossensores portáteis e econômicos, aplicáveis em monitoramento ambiental e segurança radiológica dentro de determinadas faixas de dose.
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