Impacto dos parâmetros da tomografia computadorizada na dose de radiação em exames de imagem de tórax: um estudo comparativo entre tomógrafos
DOI:
https://doi.org/10.15392/2319-0612.2025.2859Palavras-chave:
Covid-19, Baixa Dose de Radiação Ionizante, Tomografia Computadorizada de tórax, Níveis de Referência DiagnósticaResumo
Em função da declaração da pandemia de Covid-19 pela Organização Mundial da Saúde em 2020, houve um aumento significativo na realização de exames por imagem para avaliação de problemas pulmonares, sendo esses os órgãos mais afetados pela doença. Dada essa demanda, é fundamental entender como alterações nos parâmetros básicos dos protocolos de exames de tomografia influenciam as doses de radiação ionizante recebidas pelos pacientes. Para este estudo foram utilizados dois objetos testes, um preenchido com água e outro com água contendo áreas de densidades diferentes. O estudo foi realizado com 70 mm de comprimento de varredura em cada, para checagem das variações de Unidades de Hounsfield (HU) entre os protocolos de exames por meio de análises estatísticas utilizando o software SPSS 21. Para isso foram realizadas varreduras em protocolos de tórax rotina em dois tomógrafos computadorizados do mesmo fabricante sendo um com 4 canais e o outro com 64, mas com parâmetros tomográficos de aquisição de imagens diferentes. Os parâmetros de varredura utilizados no tomógrafo de 64 canais foram, tensão de 120 kVp, corrente elétrica modulada, tempo de rotação do tubo de raios X de 0,5 segundo espessura de corte de 2,0 mm, intervalos entre cortes de 1,0 mm e Spiral pitch de 0,828 e no tomógrafo 4 canais, tensão 120 de kVp, corrente elétrica modulada, tempo de rotação do tubo de raios X de 0,75 segundo, espessura do corte de 4,0 mm, intervalo entre cortes de 2,0 mm, Spiral pitch de 1,0. Os resultados comparativos das doses nos tomógrafos apontaram que, no tomógrafo de 4 canais, o total de miliampere segundo (mAs) foi 15,43% e o tempo de varredura 52,33% maiores em comparação com o tomógrafo de 64 canais. Entretanto, o valor índice de dose em tomografia computadorizada ponderada por volume (CTDIVOL), o produto dose comprimento (DLP) e a dose efetiva (E) foram, respectivamente, 34,74%, 49,46% e 50,46% menores no tomógrafo de 4 canais em comparação ao tomógrafo 64 canais, o que nos leva a identificar quais parâmetros do exame tomográfico contribuem para essa redução de 50% da dose efetiva entre os tomógrafos. A identificação destes parâmetros em protocolos, referenciará a elaboração de protocolos com baixa dose de radiação ionizante, que permitirá a otimização da exposição dos pacientes que necessitam de acompanhamento evolutivo de patologias através de imagens tomográficas.
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