Estudos preliminares sobre a distribuição de Pb estável e Pb-210 nas porções materna e fetal de placentas humanas
DOI:
https://doi.org/10.15392/2319-0612.2025.2962Palavras-chave:
Pb estável, Pb-210, placenta, tabagismoResumo
O crescimento e a sobrevivência do feto dependem exclusivamente da placenta, portanto a caracterização de elementos tóxicos neste tecido pode fornecer informações importantes sobre sua exposição durante a gestação. Chumbo estável e Pb-210 são elementos tóxicos de interesse durante a gestação. O Pb estável pode estar associado a alterações no desenvolvimento da criança, enquanto o Pb-210, por ser um elemento radioativo emissor de radiação beta com meia-vida de 22,3 anos, quando presente em excesso no organismo pode induzir câncer, especialmente sarcomas ósseos. A entrada de chumbo estável e Pb-210 na placenta pode ocorrer pela ingestão de alimentos e água e pela inalação de ar, neste caso hábitos de fumar e/ou poluição do ar são fatores importantes. De acordo com pesquisas recentes, mesmo baixos níveis de produtos químicos ambientais, particularmente elementos potencialmente tóxicos, podem perturbar consideravelmente a homeostase placentária. O objetivo deste estudo é determinar a concentração de Pb e Pb-210 estáveis nas porções materna e fetal da placenta, de oito parturientes que deram à luz no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Concentrações variando de 5.7 ± 1.2 ng g-1 até 210.3 ± 2.4 ng g-1 e de 31.5 ± 2.9 Bq kg-1 até 43.3 ± 3.1 Bq kg-1 foram obtidas para Pb estável e Pb-210, respectivamente. Os resultados obtidos para a concentração desses elementos nas porções materna e fetal mostram que eles podem atravessar a barreira placentária e atingir o compartimento fetal, embora em concentrações menores.
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