Análise das tecnologias e doses glandulares médias em mamografia no Brasil no período de 2011 a 2016
DOI:
https://doi.org/10.15392/bjrs.v6i3.653Palavras-chave:
Dose glandular média, Mamografia digital.Resumo
A mamografia apresenta risco de indução de câncer associado à dose glandular média (DGM), definida como a dose absorvida no tecido glandular da mama. No Brasil, o monitoramento dessas doses é realizado pelos programas de qualidade em mamografia do Colégio Brasileiro de Radiologia e do Instituto Nacional de Câncer. Este trabalho teve como objetivo analisar o impacto das tecnologias nas DGMs obtidas em serviços de todo o país entre 2011 e 2016. Foram realizadas 1.115 avaliações de dose usando um phantom de PMMA que simula uma mama comprimida de 53 mm de espessura em 845 mamógrafos de 716 serviços em 279 cidades. Estes mamógrafos são de 13 fabricantes, sendo 192 de tecnologia com sistema filme-tela intensificadora (SFT), 544 de tecnologia digital computadorizada (CR) e 109 de tecnologia digital direta (DR). O valor médio da dose glandular média ( 14DGM"> ) nos mamógrafos de tecnologia SFT foi de 1,50 ± 0,10 mGy, nos de tecnologia CR foi de 2,13 ± 0,07 mGy e nos de tecnologia DR foi de 2,07 ± 0,20 mGy. Houve diferença estatisticamente significativa (p<0,05) entre os s das tecnologias SFT e as digitais CR e DR. Entretanto, não houve diferença estatisticamente significativa (p=0,70) entre os s das tecnologias digitais CR e DR. Em 22,1% das avaliações, as DGMs no país estavam acima dos valores aceitáveis, variando entre 11,6% na região Sul e 31,4% na região Nordeste. Foi verificado que o aumento destas não conformidades ao longo do tempo apresenta relação direta com o aumento dos mamógrafos de tecnologia digital.Downloads
Referências
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