Avaliação das doses e do risco subsequente de desenvolvimento de câncer em órgãos fora do campo de tratamento na radioterapia de linfoma de Hodgkin
DOI:
https://doi.org/10.15392/bjrs.v8i1.1199Palavras-chave:
Linfoma de Hodgkin, doses, risco, radioterapia, segundo câncer.Resumo
O tratamento de linfoma de Hodgkin com radioterapia tem sido aprimorado nas últimas décadas de forma a minimizar os efeitos colaterais danosos da radiação ionizante no paciente. Um novo desafio que surge é a análise da dose em órgãos fora da região de tratamento e o risco atribuído a essa exposição. Neste trabalho avaliamos as doses nos órgãos de interesse e o risco subsequente de indução de câncer após o tratamento. Foi feita a simulação de um tratamento em uma paciente feminino de 20 anos, para avaliação do risco de desenvolvimento de câncer secundário após a exposição à radiação. Para isso, utilizamos o fantoma feminino e o acelerador linear Clinac® iX 885 da Varian para a calibração dos TLDs e irradiação do fantoma. O programa online RadRAT foi usado para avaliar o risco ao longo da vida. Foi feita a comparação entre cinco países cujas informações sobre expectativa de vida e taxa de incidência de câncer estão registradas no programa. Nossos resultados mostraram que o tratamento convencional para o linfoma de Hodgkin acarreta um risco atribuído maior para o desenvolvimento de câncer no cérebro aumentando entre 21% e 23% o número de novos casos. Para câncer no útero, o excesso de risco é pouco maior que 2%, não tendo um aumento estatisticamente significante (p=0,30). O câncer de bexiga, no entanto, apesar de ser o órgão mais distante do campo de irradiação teve um risco atribuído ao longo da vida próximo a 10% na maioria dos grupos populacionais.
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