Um pouco sobre a fusão nuclear
DOI:
https://doi.org/10.15392/2319-0612.2024.2509Palavras-chave:
Fusão nuclear, plasma, força nuclear, hidrogênio, ITER®, laser, núcleoResumo
Em 20 de dezembro de 1951, o Experimental Breeder Reactor No. 1 (EBR-I), localizado no Argonne National Laboratory, produziu eletricidade suficiente para alimentar quatro lâmpadas. A partir deste início modesto, a aplicação civil da energia nuclear tornou-se uma realidade. A primeira usina nuclear a gerar energia conectada à rede elétrica ocorreu em 27 de junho de 1954, em Obninsk (União Soviética). Existem atualmente cerca de 440 reatores nucleares em operação, distribuídos por 50 países. Todos eles produzem energia através do processo de fissão nuclear do urânio-235. Porém, como é bem sabido, a conversão de massa em energia também ocorre com núcleos leves. Quando o hidrogênio e o deutério se fundem para formar um núcleo mais pesado, como o trítio e o hélio, eles liberam energia. As estrelas são as maiores usinas de reatores de fusão. Uma estrela é inicialmente apenas uma nuvem de hidrogênio. A atração gravitacional une os átomos de hidrogênio, aumentando a pressão, a densidade e a temperatura. A energia cinética causa colisões até o ponto em que os elétrons são separados. A massa de núcleos e elétrons forma o plasma, que é o quarto estado da matéria. O plasma quente dos núcleos reúne as condições para o início das reações de fusão. Duas técnicas foram desenvolvidas para permitir a produção de energia em reatores de fusão. O mais antigo (iniciado em meados da década de 1950) é o confinamento magnético, no qual plasmas em temperaturas termonucleares são confinados por campos magnéticos apropriados. A técnica mais recente para realizar fusão (iniciada no final da década de 1960) é o confinamento inercial, no qual minúsculos alvos sólidos são comprimidos a densidades muito altas usando feixes de laser. Este artigo relembra brevemente os conceitos fundamentais da energia liberada pela fusão nuclear.
Downloads
Referências
[1] BERKELEY LAB. ABC's of Nuclear Science: Fusion. Nuclear Science Division - Lawrence Berkeley National Laboratory. University of California. February. 2017.
[2] MACHIDA, M. & SAKANAKA. P. H. The plasma confinement. Group of Plasma Physics and Controlled Thermonuclear Fusion. Gleb Wataghin. Institute of Physics. Campinas State University (Unicamp). Available at: https://portal.ifi.unicamp.br/en/deq/gfpftc. Accessed on: 18 Apr. 2024.
[3] EINSTEIN, A. The Quantum Theory of Radiation. Physikalische Zeitschrift 18, 121. 1917.
[4] MAIMAN, T. H. Stimulated optical radiation in ruby. Nature 187(4736):493–494. 1960.
[5] GALVÃO, R. About the Recent Laser Fusion Result Obtained at Lawrence Livermore National Laboratory. Sociedade Brasileira de Física. 2022. (in Portuguese).
[6] MESQUITA, A. Z. Nuclear Energy: an introduction. Editora UFPR - Universidade Federal do Paraná. 1st Ed. v. 1. 249p. ISBN: 9788584802210. Curitiba. 2024. (in Portuguese).
[7] IAEA – International Atomic Energy Agency. Fusion Energy. IAEA Bulletin. Vienna. May 2021.
[8] PESTANA, A. ITER: the ways to fusion energy and Brazil. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão - Funag. 376p. ISBN 9788576315728. Brasília. 2015. (in Portuguese).
[9] ITER® ORGANIZATION. The ITER Tokamak. Available at: https://www.iter.org/mach. Accessed on: 22 Apr. 2024.
[10] US DOE. U.S. DEPARTMENT OF ENERGY. DOE National Laboratory Makes History by Achieving Fusion Ignition. Available at: https://www.energy.gov/articles/doe-national-laboratorymakes-history-achieving-fusion-ignition. Accessed on: 07 Jan. 2024.
[11] TOLLEFSON, J. & GIBNEY, E. Nuclear-fusion lab achieves ‘ignition’: what does it mean? Nature. December 13. 2022.
[12] PIVETTA, M. Nuclear fusion experiment produces more energy than it consumes for the first time. Revista Pesquisa Fapesp. Ed. 324. Feb. 2023.
[13] LLNL - LAWRENCE LIVERMORE NATIONAL LABORATORY. Preamplifier Support Structure. Photo Gallery. Available at: https://lasers.llnl.gov/media/photo-gallery. Accessed on: 24 May. 2024.
[14] RIORDON, J.R. In a breakthrough experiment, nuclear fusion finally makes more energy than it uses. ScienceNews. 2022. Available at: https://www.sciencenews.org/article/nuclear-fusion-breakthrough-energy. Accessed on: 08 Jun. 2024.
[15] MESQUITA, A.Z. Laser fusion with energy gain – it wasn't quite like that! International Seminar Nuclear Energy. Available at: https://sienbrasil.com.br/fusao-a-laser-com-ganho-de-energia-nao-foi-bem-assim-amir-zacarias-mesquita. Accessed on: 25 Out. 2024. (in Portuguese).
[16] BISHOP, B. Lawrence Livermore National Laboratory achieves fusion ignition. Available at: https://www.llnl.gov/news/lawrence-livermore-national-laboratory-achieves-fusion-ignition. Accessed on: 15 May. 2024.
[17] CROWNHART, C. What fusion’s breakthrough means for clean energy. MIT Technology Review. 2022. Available at: https://www.technologyreview.com/2022/12/13/1064898/what-fusions-breakthrough-means-for-clean-energy/. Accessed on: 03 Apr. 2024.
[18] SHAW, A. Germany announces nuclear fusion funding programme. Power Technology. Available at: https://www.power-technology.com/news/germany-announces-nuclear-fusion-funding-programme/ . Accessed on: 15 Mar. 2024.
[19] WNN – WORLD NUCLEAR NEWS. Germany aims to build fusion power plant. Available at: https://www.world-nuclear-news.org/Articles/Germany-aims-to-build-fusion-power-plant. Accessed on: 14 Mar. 2024.
[20] WEHRMANN, B. German research ministry aims to make nuclear fusion plant a reality “as fast as possible”. Clean Energy Wire. 14 March 2024. Available at https://www.cleanenergywire.org/news/german-research-ministry-aims-make-nuclear-fusion-plant-reality-fast-possible . Accessed on: 03 Jun. 2024.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Categorias
Licença
Direitos autorais (c) 2025 Amir Zacarias Mesquita

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade. Declaro, ainda, que uma vez publicado na revista Brazilian Journal of Radiation Sciences, editada pela Sociedade Brasileira de Proteção Radiológica, o mesmo jamais será submetido por mim ou por qualquer um dos demais co-autores a qualquer outro periódico. Através deste instrumento, em meu nome e em nome dos demais co-autores, porventura existentes, cedo os direitos autorais do referido artigo à Sociedade Brasileira de Proteção Radiológica, que está autorizada a publicá-lo em meio impresso, digital, ou outro existente, sem retribuição financeira para os autores.
Licença
Os artigos do BJRS são licenciados sob uma Creative Commons Atribuição 4.0 Licença Internacional, que permite o uso, compartilhamento, adaptação, distribuição e reprodução em qualquer meio ou formato, desde que você dê o devido crédito ao (s) autor (es) original (is) e à fonte, forneça um link para a licença Creative Commons, e indique se mudanças foram feitas. As imagens ou outro material de terceiros neste artigo estão incluídos na licença Creative Commons do artigo, a menos que indicado de outra forma em uma linha de crédito para o material. Se o material não estiver incluído no licença Creative Commons do artigo e seu uso pretendido não é permitido por regulamentação legal ou excede o uso permitido, você precisará obter permissão diretamente do detentor dos direitos autorais. Para visualizar uma cópia desta licença, visite http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/