Exame não destrutivo de uma escultura de madeira policromada do século XVII
DOI:
https://doi.org/10.15392/2319-0612.2024.2555Palavras-chave:
Análise por Fluorescência de Raios X (XRF), Tomografia Computadorizada (CT), Radiografia Digital (DR), Escultura PolicromadaResumo
Este estudo investiga a avaliação de conservação de uma escultura policromada do século XVII de São Diego de Alcalá, cuja origem e oficina permanecem desconhecidas. Tradicionalmente caracterizada por elementos iconográficos específicos como pão e chaves, a estátua examinada se distancia dessas normas. Iniciada pelo Mitra Diocesano em Duque de Caxias, a avaliação focou na integridade estrutural e na composição dos pigmentos da escultura. Utilizando técnicas de Tomografia Computadorizada (TC), Radiografia Digital (DR) e Fluorescência de Raios X (XRF), a escultura passou por uma análise abrangente. Equipamentos portáteis, como o tubo de raios X ICM CP120B e o detector de painel plano DXR 250U-W, facilitaram tanto as varreduras de TC quanto de DR. A varredura de TC foi segmentada devido às limitações do tamanho do detector, utilizando um tubo de raios X de 80 kV e 1 mA para capturar 360 imagens por segmento. A análise de XRF concentrou-se em 12 pontos específicos, utilizando o Tracer III-SD da Bruker com um tubo de raios X de alvo de ródio e um detector de silício, operando a 40 kV e 35 µA por 60 segundos por ponto. As técnicas de imagem revelaram imperfeições, restaurações e detalhes estruturais, incluindo enchimentos de alta densidade e pregos embutidos na escultura. A análise de XRF identificou elementos característicos de pigmentos históricos, juntamente com indicações de restaurações mais recentes, possivelmente envolvendo pigmentos do século XX. Essas descobertas enriquecem significativamente a compreensão e as estratégias de conservação desta obra de arte religiosa, oferecendo insights valiosos sobre sua história de construção e restauração.
Downloads
Referências
[1] VEGA, L. de; CASE, T. E. San Diego de Alcalá. [S.l.]: Edition Reichenberger, 1988.
[2] CASE, T. The year 1588 and San Diego de Alcal´a. 1988. Available in: ⟨https://sandiegohistory.org/journal/1988/january/year1588/⟩.
[3] ROBSON, M. J. The Franciscans in the Middle Ages. [S.l.]: Boydell Press, 2006. v. 1.
[4] CASE, T. E. La historia de San Diego de Alcalá: su vida, su canonizaci´on y su legado. [S.l.]: Universidad de Alcalá Servicio de Publicaciones, 1998. v. 4.
[5] CASE, T. La historia de San Diego de Alcalá. Su vida, su canonizacion y su legado. 1999. Available in: ⟨https://sandiegohistory.org/journal/1999/october/alcala-2/⟩.
[6] CALZA, C. et al. Analysis of sculptures using xrf and x-ray radiography. Radiation Physics and Chemistry, Elsevier, v. 116, p. 326–331, 2015.
[7] OLIVEIRA, R. et al. Analysis of a wooden statue by non-destructive x-ray techniques. X-Ray Spectrometry, Wiley Online Library, v. 52, n. 6, p. 312–322, 2023.
[8] CID, H.; CARRASCO-NU´N˜EZ, G.; MANEA, V. Improved method for effective rock microporosity estimation using x-ray microtomography. Micron, Elsevier, v. 97, p. 11–21, 2017.
[9] MACHADO, A. et al. Archeological ceramic artifacts characterization through computed microtomography and x-ray fluorescence. X-Ray Spectrometry, Wiley Online Library, v. 46, n. 5, p. 427–434, 2017.
[10] VIGORELLI, L. et al. X-ray imaging investigation on the gilding technique of an ancient Egyptian taweret wooden statuette. Journal of Imaging, MDPI, v. 7, n. 11, p. 229, 2021.
[11] ALBERTIN, F. et al. X-ray computed tomography in situ: an opportunity for museums and restoration laboratories. Heritage, MDPI, v. 2, n. 3, p. 2028–2038, 2019.
[12] BECKHOFF, B. et al. Handbook of practical X-ray fluorescence analysis. [S.l.]: Springer Science & Business Media, 2007.
[13] SILVEIRA, P.; FALCADE, T. Applications of energy dispersive x-ray fluorescence technique in metallic cultural heritage studies. Journal of Cultural Heritage, Elsevier, v. 57, p. 243–255, 2022.
[14] ALVES, N. A arte da talha no porto na época barroca. (artistas e clientela. materiais e técnica), Câmara Municipal do Porto. Arquivo Histórico, Porto, 1989.
[15] PINTURA, A. da. Symmetria, e perspectiva. Composta por Philippe Nunes. Fac-simile da edição de, v. 1615.
[16] CLARK, R. J. Pigment identification by spectroscopic means: an arts/science interface. Comptes Rendus Chimie, Elsevier, v. 5, n. 1, p. 7–20, 2002.
[17] GRYGAR, T. et al. Analysis of earthy pigments in grounds of baroque paintings. Analytical and Bioanalytical Chemistry, Springer, v. 375, p. 1154–1160, 2003.
[18] CALZA, C. et al. X-ray microfluorescence with synchrotron radiation applied in the analysis of pigments from ancient Egypt. Applied Physics A, Springer, v. 90, p. 75–79, 2008.
[19] FRANCESCHI, E.; LOCARDI, F. Strontium, a new marker of the origin of gypsum in cultural heritage? Journal of Cultural Heritage, Elsevier, v. 15, n. 5, p. 522–527, 2014.
[20] COLOURLEX. Colourlex. 2023. Accessed: May 2023. Available in: ⟨https://colourlex.com⟩.
[21] GAC, A. L.; PESSANHA, S.; CARVALHO, M. L. de. Application of energy dispersive x-ray fluorescence spectrometry to polychrome terracotta sculptures from the Alcobaça Monastery, Portugal. Conservar Patrimônio, Associação Profissional de Conservadores Restauradores de Portugal, n. 20, p. 35–51, 2014.
[22] DUBE, R. The extraction of lead from its ores by the iron-reduction process: A historical perspective. JOM, Springer, v. 58, n. 10, p. 18–23, 2006.
[23] PALERO-FERNA´NDEZ, F.; MART´IN-IZARD, A. Trace element contents in galena and sphalerite from ore deposits of the Alcudia valley mineral field (eastern Sierra Morena, Spain). Journal of Geochemical Exploration, Elsevier, v. 86, n. 1, p. 1–25, 2005.
[24] PALLADINO, N. et al. An analytical survey of zinc white historical and modern artists’ materials. Heritage Science, Springer, v. 12, n. 1, p. 47, 2024.
[25] PICOLLO, M. et al. Modern white pigments: their identification by means of noninvasive ultraviolet, visible, and infrared fiber optic reflectance spectroscopy. In: Modern Paints Uncovered: Proceedings from the Modern Paints Uncovered Symposium, May 16–19, 2006, Tate Modern, London. Getty Conservation Institute Symposium Proceedings Series. [S.l.], 2007. p. 129–139.
[26] O’BRIEN, W. A study of lithopone. The Journal of Physical Chemistry, ACS Publications, v. 19, n. 2, p. 113–144, 2002.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Categorias
Licença
Direitos autorais (c) 2024 Roberta Manon de Paula Sales Borges, Ísis Verona Nascimento da Silva Franzi, Josiane Emerich Cavalcante, Elaine Tavares de Gusmão, Anderson Gomes de Paula, Olga Maria Oliveira de Araújo, Ricardo Tadeu Lopes, Davi Ferreira de Oliveira

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade. Declaro, ainda, que uma vez publicado na revista Brazilian Journal of Radiation Sciences, editada pela Sociedade Brasileira de Proteção Radiológica, o mesmo jamais será submetido por mim ou por qualquer um dos demais co-autores a qualquer outro periódico. Através deste instrumento, em meu nome e em nome dos demais co-autores, porventura existentes, cedo os direitos autorais do referido artigo à Sociedade Brasileira de Proteção Radiológica, que está autorizada a publicá-lo em meio impresso, digital, ou outro existente, sem retribuição financeira para os autores.
Licença
Os artigos do BJRS são licenciados sob uma Creative Commons Atribuição 4.0 Licença Internacional, que permite o uso, compartilhamento, adaptação, distribuição e reprodução em qualquer meio ou formato, desde que você dê o devido crédito ao (s) autor (es) original (is) e à fonte, forneça um link para a licença Creative Commons, e indique se mudanças foram feitas. As imagens ou outro material de terceiros neste artigo estão incluídos na licença Creative Commons do artigo, a menos que indicado de outra forma em uma linha de crédito para o material. Se o material não estiver incluído no licença Creative Commons do artigo e seu uso pretendido não é permitido por regulamentação legal ou excede o uso permitido, você precisará obter permissão diretamente do detentor dos direitos autorais. Para visualizar uma cópia desta licença, visite http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/