Qualidade de imagem e otimização da dose em cateterismo e angioplastia: efeitos da implementação e análise dos valores típicos de dose

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15392/2319-0612.2025.2943

Palavras-chave:

nível de referência, fluoroscopia digital, dose, qualidade de imagem, otimização

Resumo

Este estudo teve como objetivo avaliar o impacto de estratégias de otimização de dose na exposição à radiação durante procedimentos de cateterismo e angioplastia cardíaca. A investigação foi conduzida em um centro de referência de alta complexidade, utilizando dados retrospectivos, ajustes em protocolos clínicos e avaliações da qualidade da imagem com simuladores dedicados. As medidas implementadas incluíram a redução da dose por quadro na cinefluoroscopia e a ativação de filtros de pós-processamento, resultando em reduções de até 39% na dose no ponto de referência e 25% na intensidade de ruído em condições de baixa dose. Ao todo, foram analisados 714 procedimentos realizados ao longo de cinco semestres. Níveis de referência diagnóstica (NRDs) foram determinados e comparados com dados da literatura nacional e internacional. Observou-se uma redução estatisticamente significativa no DAP (16,3%) e na dose no ponto de referência (12,8%) nos procedimentos de cateterismo (p < 0,05). Embora os procedimentos de angioplastia tenham apresentado tendência semelhante, a variabilidade dos casos limitou a significância estatística. Os resultados demonstram a eficácia das intervenções técnicas e do monitoramento contínuo na redução dos níveis de exposição, sem comprometer a qualidade da imagem diagnóstica. 

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Murilo Felisberto Morais de Assunção, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Computação – Universidade Federal de Goiás (PPGEEC/UFG), CERRAD – Consultoria em Física Médica e Radioproteção., Universidade Federal de Goiás

    Murilo Felisberto Morais de Assunção é físico médico formado pela Universidade Federal de Goiás (UFG), com residência multiprofissional em Física das Imagens pela UNIFESP. Atualmente é mestrando no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Computação da UFG, na área de Sistemas e Sinais Biomédicos, com ênfase em gerenciamento e otimização de protocolos em hemodinâmica. Atua como físico do Hospital de Base (IGESDF), supervisor de proteção radiológica da Unimed Goiânia e do Hospital São Francisco de Assis, além de sócio-administrador da Cerrad – Consultoria em Física Médica e Radioproteção. Possui experiência prévia em controle de qualidade em grandes redes hospitalares, dosimetria opticamente estimulada e docência no ensino técnico e médio.

  • Jonas Oliveira da Silva, Universidade Federal de Goias Instituto de Física - IF-UFG, Universidade Federal de Goiás

    Atualmente coordena o Laboratório de Dosimetria e Radioproteção do Instituto de Física da Universidade Federal de Goiás (IF-UFG). Tem interesse nas áreas de metrologia das radiações ionizantes e instrumentação para medida e controle da radiação ionizante utilizando câmaras de ionização e dosimetria OSL. É professor Adjunto III do IF-UFG, com pesquisas realizadas nas áreas de dosimetria de feixes de raios X de baixas energias. Tem parceria com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/CNEN-SP), onde concluiu seu doutorado em 2013 na área de Tecnologia Nuclear - Aplicações. É mestre em Tecnologias Energéticas e Nucleares pela Universidade Federal de Pernambuco (2008) e licenciado em Física pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (2005).

  • Guilherme Custódio Cândido Silva, CERRAD – Consultoria em Física Médica e Radioproteção

    Graduado em Física Médica pela Universidade Federal de Goiás (2024). Atuou em projetos de pesquisa na Embrapa e no Hospital das Clínicas com foco em estatística e programação. Atualmente trabalha com garantia da qualidade de equipamentos radiológicos na CERRAD – Consultoria em Física Médica e Radioproteção.

  • Emerson Nobuyuki Itikawa, Universidade Federal de Goias Instituto de Física - IF-UFG, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Computação - PPGECC/UFG, Universidade Federal de Goiás

    Bacharel em Física Médica (2011) pelo Departamento de Física da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (Universidade de São Paulo). Doutor em Ciências pelo Programa de Pós-graduação Interunidades em Bioengenharia EESC/FMRP/IQSC. Colaborou paralelamente com pesquisas desenvolvidas na Seção de Medicina Nuclear do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Atualmente, é professor do Instituto de Física (IF) da Universidade Federal de Goiás, campus Goiânia, coordenador do curso de Física Médica, e orientador pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Computação (PPGEEC/UFG).

Referências

[1] EUCLID CONSORTIUM. Radiation dose and diagnostic reference levels for four interventional radiology procedures: results of the prospective European multicenter survey EUCLID. European Radiology, 2023.

[2] GUESNIER-DOPAGNE, Mélanie et al. Incidence of chronic radiodermatitis after fluoroscopically guided interventions: a retrospective study. Journal of Vascular and Interventional Radiology, v. 30, n. 5, p. 692-698. e13, 2019. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jvir.2019.01.010

[3] CHENG, Ting Ting; YANG, Hui-Ju. Chronic radiation dermatitis induced by cardiac catheterization: a case report and literature review. Acta Dermatovenerologica Alpina, Pannonica, et Adriatica, v. 31, n. 4, p. 147-149, 2022. DOI: https://doi.org/10.15570/actaapa.2022.25

[4] OLIVEIRA, G. M. M. et al. Estatística Cardiovascular – Brasil 2020. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 115, n. 3, p. 308‑439, 2020. DOI: https://doi.org/10.36660/abc.20200812

[5] FRANCISCO, M. F. F. Avaliação da disponibilidade e acesso aos equipamentos de hemodinâmica no Brasil. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2021.

[6] TSALAFOUTAS, I. A.; TSAPAKI, V.; TRIANTOPOULOU, I. Evaluation of image quality and patient exposure in fluoroscopy using a phantom: is there any clinical relevance? European Journal of Radiology, v. 138, p. 109607, 2021. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ejrad.2021.109607

[7] BUSHBERG, J. T.; SEIBERT, J. A. The essential physics of medical imaging study guide. s.l.: Lippincott Williams & Wilkins, 2022.

[8] TSAPAKI, V. Radiation dose optimization in diagnostic and interventional radiology: current issues and future perspectives. Physica Medica, v. 79, p. 16‑21, 2020. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ejmp.2020.09.015

[9] VAÑÓ, E. et al. ICRP publication 135: diagnostic reference levels in medical imaging. Annals of the ICRP, v. 46, n. 1, p. 1‑144, 2017. DOI: https://doi.org/10.1177/0146645317717209

[10] INTERNATIONAL ATOMIC ENERGY AGENCY. Establishing guidance levels in X‑ray guided medical interventional procedures. Vienna: IAEA, 2009.

[11] HART, D.; HILLIER, M. C.; WALL, B. F. et al. National reference doses for common radiographic, fluoroscopic and dental X‑ray examinations in the UK. British Journal of Radiology, London, v. 82, n. 973, p. 1‑12, 2009. DOI: https://doi.org/10.1259/bjr/12568539

[12] PADOVANI, R.; COMPAGNONE, G.; D’ERCOLE, L.; et al. Livelli diagnostici di riferimento nazionali per la radiologia diagnostica e interventistica. Rapport ISTISAN, Rome, n. 17/33, 2017.

[13] BOGAERT, E.; BACHER, K.; THIERENS, H. A large‑scale multicentre study in Belgium of dose area product values and effective doses in interventional cardiology using contemporary X‑ray equipment. Radiation Protection Dosimetry, Oxford, v. 128, n. 3, p. 312‑323, 2008. DOI: https://doi.org/10.1093/rpd/ncm379

[14] D’HELFT, C. J.; BRENNAN, P. C.; MCGEE, A. M. et al. Potential Irish dose reference levels for cardiac interventional examinations. British Journal of Radiology, v. 82, n. 976, p. 296‑302, 2009. DOI: https://doi.org/10.1259/bjr/14857366

[15] BRNIĆ, Z.; KRPAN, T.; FAJ, D. et al. Patient radiation doses in the most common interventional cardiology procedures in Croatia: first results. Radiation Protection Dosimetry, v. 138, n. 2, p. 180‑186, 2009. DOI: https://doi.org/10.1093/rpd/ncp237

[16] MILLER, D. L.; HILOHI, C. M.; SPELIC, D. C. et al. Patient radiation doses in interventional cardiology in the US: advisory data sets and possible initial values for US reference levels. Medical Physics, v. 39, n. 10, p. 6276‑6286, 2012. DOI: https://doi.org/10.1118/1.4754300

[17] SAMARA, E. T.; AROUA, A.; DE PALMA, R. et al. An audit of diagnostic reference levels in interventional cardiology and radiology: are there differences between academic and non‑academic centres? Radiation Protection Dosimetry, v. 148, n. 1, p. 74‑82, 2011. DOI: https://doi.org/10.1093/rpd/ncq600

[18] COMPAGNONE, G.; CAMPANELLA, F.; DOMENICHELLI, S. et al. Survey of interventional cardiology procedures in Italy. Radiation Protection Dosimetry, v. 150, n. 3, p. 316‑324, 2012. DOI: https://doi.org/10.1093/rpd/ncr417

[19] KORIR, G. K.; WAMBANI, J. S.; YUKO‑JOWI, C. A. et al. Establishing diagnostic reference levels for interventional procedures in Kenya. Radiography, v. 20, n. 2, p. 148‑152, 2014. DOI: https://doi.org/10.1016/j.radi.2013.10.007

[20] SIMANTIRAKIS, G.; KOUKORAVA, C.; KALATHAKI, M.; et al. Reference levels and patient doses in interventional cardiology procedures in Greece. European Radiology, v. 23, n. 8, p. 2324‑2332, 2013. DOI: https://doi.org/10.1007/s00330-013-2813-2

[21] CUI, Y.; ZHANG, H.; ZHENG, J.; YANG, X.; LIANG, C. An investigation of patient doses during coronary interventional procedures in China. Radiation Protection Dosimetry, v. 156, n. 3, p. 296‑302, 2013. DOI: https://doi.org/10.1093/rpd/nct065

[22] CROWHURST, J. A. et al. Radiation dose in coronary angiography and intervention: initial results from the establishment of a multi‑centre diagnostic reference level in Queensland public hospitals. Journal of Medical Radiation Sciences, v. 61, n. 3, p. 135‑141, 2014. DOI: https://doi.org/10.1002/jmrs.67

[23] KIM, J.; SEO, D.; CHOI, I. et al. Development of diagnostic reference levels using a real‑time radiation dose monitoring system at a cardiovascular center in Korea. Journal of Digital Imaging, v. 28, n. 6, p. 684‑694, 2015. DOI: https://doi.org/10.1007/s10278-015-9773-9

[24] ALY, A. E.; DUHAINI, I. M.; MANAA, S. M. et al. Patient peak skin dose and dose area product from interventional cardiology procedures. International Journal of Medical Physics, Clinical Engineering and Radiation Oncology, v. 4, n. 1, 2015. DOI: https://doi.org/10.4236/ijmpcero.2015.41002

[25] GEORGES, J. L.; BELLE, L.; ETARD, C. et al. Radiation doses to patients in interventional coronary procedures: estimation of updated national reference levels by dose audit. Radiation Protection Dosimetry, v. 175, n. 1, p. 17‑25, 2016. DOI: https://doi.org/10.1093/rpd/ncw261

[26] OU‑SAADA, I. et al. Local diagnostic reference levels in interventional radiology. Journal of Medical Imaging and Radiation Sciences, v. 51, n. 2, p. 307‑311, 2020. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jmir.2020.02.004

[27] VIEIRA, L. A. et al. Diagnostic Reference Levels Based on Patient Body Mass Index for Select Interventional Procedures in Minas Gerais/Brazil. Radiation Protection Dosimetry, v. 198, n. 7, p. 379-385, 2022. DOI: https://doi.org/10.1093/rpd/ncac048

Publicado

25-09-2025