228Ra e 226Ra em alimentos industrializados consumidos por vacas leiteiras no estado de Pernambuco
DOI:
https://doi.org/10.15392/bjrs.v6i3.757Keywords:
Monitoração Ambiental, Radioatividade Ambiental, Rádio, Cadeia alimentar.Abstract
A alimentação de vacas leiteiras, além de ser uma questão de produtividade, pode se constituir um problema de segurança alimentar. Os produtores de leite de vaca do estado de Pernambuco estão cada vez mais empenhados na busca de novas fontes de alimentos alternativos, pois a alimentação dos animais é um fator importante no custo da produção. No estado de Pernambuco, os produtos industrializados de origem vegetal e mineral são intensamente utilizados na alimentação de vacas leiteiras. Porém, dependendo da origem, esses alimentos podem conter quantidades significativas de radionuclídeos naturais, principalmente 228Ra e 226Ra que estão distribuídos na crosta terrestre em quantidades variáveis. Os alimentos de origem vegetal podem conter quantidades significativas de 228Ra e 226Ra, pois dependendo do local onde a planta foi cultivada, esses radionuclídeos são eficientemente absorvidos pelas raízes. No caso dos alimentos minerais, grande parte deles são oriundos de rochas fosfáticas que são predominantemente ricas em radionuclídeos naturais, inclusive 228Ra e 226Ra. O 228Ra é um radionuclídeo natural da série do 232Th, enquanto o 226Ra pertence à série radioativa natural do 238U. Sendo assim, dentro desse contexto, o objetivo desse trabalho foi determinar as concentrações de 228Ra e 226Ra em alimentos industrializados consumidos por vacas leiteiras no estado de Pernambuco. Para tanto, utilizou-se o método da determinação simultânea para quantificar o 228Ra e 226Ra nas amostras. As concentrações de 228Ra nas amostras de alimentos de origem vegetal variaram de 2.738 a 22.266 mBq.kg-1 na matéria seca, e de 2.582 a 63.000 mBq.kg-1 na matéria seca nas amostras de alimentos de origem mineral (fosfato bicalcico). No caso do 226Ra, as concentrações variaram de 246 a 2.600 mBq.kg-1 na matéria seca para as amostras de alimentos de origem vegetal, e de 1.300 a 7.800 mBq.kg-1 na matéria seca, para as amostras de alimentos de origem mineral (fosfato bicalcico).
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