Intercomparação da resposta de softwares de controle de qualidade na medição da função de transferência de modulação em mamografia
DOI:
https://doi.org/10.15392/2319-0612.2025.2842Palavras-chave:
Função de Transferência de Modulação, Mammography, Quality Control, ATIAResumo
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) previu cerca de 74.000 novos casos de câncer de mama no Brasil em 2023, tornando-o o segundo mais comum entre mulheres. Diante disso, a mamografia é o método mais eficaz para diagnóstico precoce, detectando lesões de até 2 mm antes de sintomas ou disseminação. Dessa forma, para garantir sua eficiência, os mamógrafos devem atender às normas brasileiras, como a RDC nº 611 e a IN nº 92 da Anvisa, por meio de testes de controle de qualidade. Um dos principais testes de qualidade é a análise da Função de Transferência de Modulação (MTF), que avalia o desempenho do sistema no domínio da frequência espacial, assegurando diagnósticos precisos. Dessa forma, este estudo avaliou o desempenho de três ferramentas de software — ATIA, COQ e MAMMOQC — na análise da MTF em sistemas de mamografia digital, especificamente nas tecnologias Retrofit DR e CR. A aquisição das imagens foi realizada utilizando um mamógrafo analógico Siemens Mammomat 3000 NOVA com detector Retrofit DR e uma placa CR. As imagens digitais foram analisadas com o ATIA, que posiciona automaticamente as regiões de interesse (ROIs), e com os plugins COQ e MAMMOQC no ImageJ, onde as ROIs foram selecionadas manualmente. Os valores de MTF em 10%, 20% e 50% foram comparados entre os softwares por meio de testes t pareados com nível de significância de 5%. Os resultados mostraram que ATIA e MAMMOQC apresentaram maior concordância para a MTF de 50%, enquanto o COQ frequentemente apresentou valores de resolução mais elevados, especialmente em 10% e 20% de MTF, destacando diferenças metodológicas entre as ferramentas. A análise estatística revelou discrepâncias significativas entre os resultados dos softwares, particularmente no sistema CR. Para o sistema Retrofit DR, foi observada variabilidade significativa na comparação entre COQ e MAMMOQC (p = 0,030). Para o sistema CR, todas as comparações entre os softwares mostraram diferenças significativas, sugerindo maior sensibilidade ao ruído e variações metodológicas em porcentagens menores de MTF. Esses achados ressaltam a importância de compreender os pontos fortes e as limitações de cada software para o controle de qualidade em mamografia, além de destacar a necessidade de validação adicional do ATIA como ferramenta confiável nesse campo.
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